E outra vez, ela está lá

Fragmento da Imagem de jan mesaros por Pixabay

O que vou transcrever a seguir é um poema batido à máquina no original. É singelo, até um tanto piegas, se preferir. Mas o que me atrai nele é o simples fato de eu não conseguir me lembrar de tê-lo escrito. Eu simplesmente não me lembro. E nem faz tanto tempo assim. Foi escrito em 2019, mais precisamente no dia 25 de junho. A folha datilografada está na pasta azul de couro falso.

E outra vez, ela está lá

E outra vez me deparo com a dificuldade com o branco
Desta vez é a tela branca
Não a tela digital
Um tecido branco estirado sobre uma moldura de madeira barata
Algo tão simples de se fabricar
De se conceber

Um tecido branco
Torna-se um novo Vazio
Um berço para uma nova gênesis
Outra Gênesis Alva

Alguém já disse que
No início eram trevas
Tudo era escuro
Não acredito nisso

Experimente ficar diante de uma tela em branco
De uma folha em branco
E verá que no início tudo é claro
Um infinito de possíveis
Tão abundante, tão repleto em si
Capaz de sufocar
Imagine ter o Todo à sua frente
O Absoluto
Se isso não o intimida
Talvez seja porque não sentes o Cosmo
A brincar com teus medos
A deleitar-se com sua paralisia
Esperando
Silencioso
Astuto
Sempre zombeteiro

Uma outra vez ela está lá
A Gênesis Branca
Aguardando a tua criação
O teu momento de criança
A manifestar a tua crença
De que és teu próprio Deus
Esperando
Assumir-te o teu papel de supremo criador
Outra vez, ela está lá.

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